Tempo: a efemeridade do infinito.
- May Araújo Schuhart
- 27 de ago. de 2019
- 2 min de leitura

Hoje às 16h30min eu fiz essa foto.
Foi porque eu queria registrar o quanto eu amo que exista um relógio digital (diga-se de passagem que é porque não sei ler as horas em relógio analógico) e como amo essa pulseira que é um presente da minha mãe.
Só depois que cheguei em casa, me dei conta do que poderia significar a foto.
Lado a lado um relógio, cujas horas correm, os minutos voam e os segundos se perdem louca e desesperadamente, e uma pulseira com o símbolo da eternização, o infinito.
Como o Chapeleiro louco preso a um minuto da hora do chá, mesmo quando o chá está posto.
A finitude e efemeridade de um, ao passo da “infinitude” e eternidade do outro.
Alguém poderia dizer que são antagônicos e desconexos e não ver nenhuma relação entre ambos.
Mas eu diria que são antinômios¹, duas sentenças opostas que significam duas verdades inegáveis: a finitude do tempo, a efemeridade das horas, e ao mesmo tempo a infinita lembrança daquilo que fizermos.
O ecoar na eternidade para tudo aquilo de bom ou mau que fizermos ao próximo, a nós mesmos. O ecoar infinito dos nossos atos nessa vida finita.
Talvez, anos atrás eu não entendesse a dimensão que essa imagem teria.
Quanto mais a gente envelhece, mais seletivo fica.
Encontra uma sensibilidade, uma filosofia, outro olhar.
Compreendo, em meus devaneios, que essa imagem traga uma reflexão do quanto somos “curtos” e passageiros nesse mundo, mas o quanto a nossa consciência para nossas atitudes pode nos eternizar.
Um dia, como tudo que há essa lembrança de nossos atos também será finda.
Mas enquanto o ecoar da eternidade estiver ao nosso alcance, vamos tornar nossas atitudes infinitas pela bondade, pelo amor ao próximo, pelo nosso amor as coisas Divinas, pelo melhor que podemos ser.
Não precisamos, exatamente, de algo como um legado, precisamos de um exemplo que ultrapasse o nosso não existir mais.
Uma mensagem que diga que não levamos nada dessa vida terrena, mas o amor que plantarmos esse florescerá sempre!
(¹ Uma antinomia é uma afirmação simultânea de duas proposições contraditórias entre si).
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